quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"O Pequeno Mundo de Sarah"



Trecho do livro " O Pequeno Mundo de Sarah"
Capitulo 2


....“Devo ser generoso ao lhe contar um pedacinho feliz dessa história triste, mas só para que você entenda as palavras daquele homem.”

      Era primavera e as flores dançavam uma só música. Haviam girassóis nas janelas e tudo estava pronto para um piquenique no quintal. Tudo seguia o ritual dos outros anos. A toalha preferida de mamãe, os pães doces que papai amava e as flores de jasmim para decorar aquela tarde de primavera.
      Sarah colocou seu vestido favorito. Ela gostava do balanço que ele fazia junto ao vento. Este ano haveria algo novo, eles finalmente construiriam a tão sonhada casa da árvore.
     A tarde já estava despedindo-se das crianças que brincavam na rua. Nossa menina ainda continuava ali, deitada na grama, desejando que o dia prolongasse suas horas. Mamãe estava na janela da cozinha vendo a filha brincar sozinha. Papai sempre chegava atrasado em seus compromissos. Não o culpe, ele realmente era muito ocupado, mas Sarah sabia que o pai não a deixaria ali por muito tempo. Não no primeiro dia de primavera. Era tradição e papai não costumava quebra-las.
     Antes que do sol ir embora, duas mãos cobriram o rosto da doce menina. E uma voz disse baixinho em seu ouvido:
_Você me perdoa Sarah?
Ela sorriu e tratou logo de responder ao pai com um abraço.
_Não viu o céu papai? não percebe que ainda temos um por-do-sol inteiro pela frente?
Por que eu deveria te perdoar, se você sempre esta aqui na melhor parte?

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Trecho do livro “O Pequeno Mundo de Sarah” Livro que comecei a escrever no ano de 2006, mas que desisti depois de perder todos os arquivos do meu computador. Achei esse trecho em algumas anotações antigas. É a parte em que o narrador após relatar momentos tristes sentisse no dever de narrar algo bom e belo. Ao final do trecho é desvendado o motivo das palavras ditas por um "estranho" no capitulo anterior.