quinta-feira, 11 de junho de 2009

Corredor, Caixas e o intervalo de conversas.



Nesta quarta tirei a manhã para procurar uma caixa de presentes. Um presente, sempre tem que ter um bom embrulho!
Como de costume sempre que vou ao shopping entro na Saraiva, nem que seja só pra ver os lançamentos. Aproveitei para procurar uma caixa que valesse a pena gastar um bom dinheiro.
Enquanto buscava o que tanto queria, senti que alguém me observava. Olhei por todas as partes, mas não encontrei ninguém. Voltei a procurar a me distrair, notei que alguém estava se aproximando, examinando caixas também.
Ele sussurrava algo como:


_Agente vem comprar uma coisa, mas sempre se interessa por algo mais.


Eu sorri por dentro, por que essa é a mais pura verdade. Acho que ele ouviu meu sorriso, pois foi logo puxando conversa.


_Você concorda comigo? Disse ele sorrindo.


Dessa vez eu ri pra fora tetando o acompanhar, e fiz com a cabeça que sim.
Ele perguntou onde teria uma livraria grande, onde ele pudesse ter maior opção de livros. Ele não deve ser daqui, pensei comigo! E senti vergonha de dizer que em Goiânia não temos uma grande opção quando se trata de livros. Respondi que se ele não achasse o livro que estava procurando poderia encomendar pela loja que sempre chega rápido . Sorriu como agradecendo, mas desapontado por não encontrar outra saída.

_O que acha que uma pessoa não gostaria de ganhar em um amigo secreto? Perguntou ele.

_Não sei o que eu não gostaria de ganhar, mas na minha lista de coisas que gostaria de ganhar certamente estaria um livro. Não se preocupe, vc esta no lugar certo!


Disse delicadamente, mas sem deixar de lado o que estava fazendo.

_ E se ela não gostar? As pessoas no Brasil não dão valor a leitura. Vou reformular a pergunta. Que livro você não daria?


Essa eu respondi bem rápido. Nunca daria um livro de alto ajuda, ri da minha própria resposta. Acho isso tão óbvio!


Novamente me acompanhou pelo corredor.

_E qual você daria então? Disse ele me ajudando a pegar caixas.


Tentei encontrar a melhor resposta, pra ele ficasse satisfeito e não me importunasse mais. Isso tudo já estava me deixando sem graça.


_Sempre dou aquele que eu mais me apeguei, aquele que carrega uma mensagem que vale a pena o mundo inteiro conhecer.


Pra minha tristeza ele disparou a falar sem parar. Eu não acompanhava seu raciocínio, ele falava três palavras em menos de 2 seg. Fixei os olhos em seu rosto, tentando ler suas expressões, tudo quanto fosse necessário pra formular minhas respostas. Ele comentou sobre sua profissão. Professor de historia na UNB. Putz, é por isso que ele tem esse jeito louco! Pensei comigo.


_Você não quer sentar e tomar um café? Disse ele um pouco sem jeito.


Pensei em aceitar. Mesmo que tudo de inicio parecesse só uma cantada barata, percebi que não era essa a intenção. Eu senti firmeza em suas palavras. Prefiro acreditar que ainda existem pessoas que são legais mesmo sem segundas intenções.


Bom, se você quer saber, não aceitei o convite e conversar sobre o curso que pretendo fazer. Achei que talvez ele poderia me ajudar, mas não, eu não aceitei.

Nunca vou saber se perdi uma boa conversa!
AHHHH e sobre a caixa, sim eu encontrei uma que me agradava, e mesmo sendo quase o mesmo preço do presente acho que valeu a pena comprar, ou o fato de parar para compra-la.
RsRsRs!